terça-feira, 29 de setembro de 2009

Uma boa alma...

Putz...

Deleite, encantamento, questinamentos, incômodo...
O teatro fala (deve falar) à alma. O que dizer de "A alma boa de Set-Suan"?

Informações gerais, pra começar?

A peça está em cartaz no TUCA, de sexta à domingo. Domingo às 19:00 hs, os outros dias começa 21:30hs. Segue em cartaz até 04 de novembro (eles estenderam a temporada, a DENISE FRAGA, que é a protagonista, no fim do espetáculo deste domingo informou que o fim de semana último ia ser o encerramento, mas a peça estava sendo tão bem recebida que iam prosseguir com a montagem mais dois meses. Ela pareceu bem emocionada, com aquele jeitinho doce que ela tem, e nós, aqui da platéia, ficamos todos contagiados...).


Além da Denise, a peça conta com um elenco fantástico, difícil apontar um ou outro ator que se sobressaia. Eu vou puxar a sardinha pro Ary França e o Maurício Marques, que roubam a cena quando estão no palco!


Os cenários são fantásticos, figurinos, direção... rasgando a seda mesmo, porque tá tudo muito legal!

E o enredo?

O texto é uma adaptação do texto de Bertolt Brecht, e a ação se passa em um vilarejo da China. Onde no original temos 3 Deuses, na montagem do Marco Antônio Braz, o Ary encarna uma Santíssima Trindade muito engraçada, composta por "Ele, tudo que O cerca e uma pomba que parece uma gralha e você provavelmente conhece como Espírito Santo" (nas palavras Dele). Essa Trindade chega à Set-Suan no meio da noite, à procura de pousada, e em busca de uma alma que seja boa, e assim preserve sua fé na humanidade. Após diversas tentativas com os moradores locais, encontram a prostituta Chen Tê (Denise),que lhes dá o abrigo. Como pagamento lhe fornecem uma soma em dinheiro que irá propiciar que a jovem saia da vida que leva e possa seguir em busca de seus sonhos. É justamente sobre o que acontecerá com a vida de Chen Tê de posse desta quantia que se trata a peça. Brecht questiona os valores humanos, a possibilidade de permanecer um ser essencialmente bom em meio ao mundo contraditório que nos cerca. A peça foi escrita no exílio, em 1941, mas continua mais atual que nunca.

O humor permeia todo o texto, e vale a pena conferir e refletir, como nos pedem os atores ao fim do espetáculo, se há realmente uma resposta para a dualidade humana.



Como nos diz a própria Chen, tem de haver.

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