quarta-feira, 5 de outubro de 2011

GPS


Não me limitem,
Não tracem meu Norte,
Não mapeiem minha ruas.

A vastidão em meu peito, a Via Láctea que sigo como caminho, cruzando o céu,
Não queiram latitudes e longitudes.

A certeza tolhe, diminui, acomoda.

Bom é olhar a curva do mundo, e pensar: "tô lá!"

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Reflexo no lago.

Sou um comprador compulsório de camisetas Hering pretas.

Algumas brancas.

Ficam muito bem em mim.

Gosto de calças jeans. Cintos tem de ser de couro. fortes. fivelas grandes.

Mas não aqueles gigantes, cowboy de rodeio. Não sou cowboy de rodeio. nem de velho oeste.

All star é uniforme.

Liberdade é uniforme.

Fico bem de chapéu. Tem de saber usar. Se não, vai de boné.

Chapéu é pra poucos.

Eu fico bem.

Os óculos escondem o Ego.

(como se fosse possível esconder o balão inflado de um ser de áries com ascendente em escorpião)

A Prudence lançou uma camisinha extra-confort. Largura 56mm.

Contra o sol os olhos ficam mais verdes.

Eu sei. é de propósito.

é tudo de caso pensado.

Liberdade é uniforme.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

DROPS - Mulher!

Gostei da nota no Facebook. Virou "Drops"!



Quando eu morrer, tenho certeza que Deus vai chegar pra mim (mesmo que eu não permaneça no paraíso muito tempo pra esquentar uma nuvem... ) e falar:

- Fábio, vem aqui...

Aí vai me levar pra um lugar com uma porta imensa, fazer algum suspense, próprio à uma revelação da Divindade, afinal, Ele pode, e declarar "aquilo que você sempre disse nas mesas de boteco, que se Eu tivesse criado alguma coisa melhor que mulher eu tinha guardado pra mim, é verdade! Olha isso..."

Então a porta se abre e, depois de me acostumar ao clarão quase cegante eu vejo! A suprema criação do Arquiteto! Boquiaberto, concordo, "Deus, é mesmo! É melhor que mulher!"



Mas isso depois de bater com as botas! Aqui na Terra, véio, MULHER É A MELHOR COISA QUE EXISTE!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

DROPS - Vai encarar?


Uma das coisas mais idiotas, digo, um dos comportamentos mais estúpidos, é quando o cara chega pro outro na balada, na rua, praia, enfim, quando chega e pergunta "Tava olhando pra minha mina, mano?"

(Perceba-se que o "mano" na frase já denuncia o "nicho" a que pertence o brilhante autor da mesma. Pode ser alterado pra "brô", "cara", "tchê" - bem regional este - etc, etc. Vou manter o "mano" por puro bairrismo, já que, eu, nunca passei por essa no Rio, POA, só mesmo na minha amada Sampa City)

O que tem na cabeça um cara que aborda o outro perguntando uma jóia dessas? Eu imagino que seja pra dar o benefício da dúvida: quem sabe o fulano não estava encarando a preciosidade-loura-turbinada-coxuda-cara-de-safada que se pendurava no seu braço, né, companheiro? Vai que o cara é vesgo? Perguntar promove a oportunidade de ver de perto os olhos do atrevido, se não é míope, cego, zarolho, gay (lentes de contato com desenho de olhinho de gato isentam na mesma hora o coitado da culpa de cobiçar a Lady Pitbull!)...

Fantástica, também, é a pergunta "tá olhando o que?", quando você está claramente escaneando com os olhos aquele rabo fantástico dentro do vestido tubinho minúsculo ou da calça jeans que mais parece segunda pele. Tô olhando o que? Sei lá, a costura da calça, o acabamento, né, muito bem feito, a marca? Sim, a marca, é Levis? Ah, Carmim, é? Como? Não, nunca essa bunda deliciosa pedindo uma mordida e uns tapas bem dados, nunca... tem uma bunda aí dentro, é? Nem reparei...

Amigo, não prolonga a agonia. Se vai sair na mão, já chega batendo.
Ou, se restar um pouco de cérebro nesse apêndice que você chama de cabeça, pensa que a princesa oxigenada está com você, que você vai ter o prazer de usufruir da grana gasta em silicone no fim da noite, e não o outro cara. A não ser que realmente o seu negócio seja ralar no chão com marmanjo no meio das mesas do bar... caso seja, dispensa a loura e parte direto pra caçada, meu caro! Perde tempo não!


quarta-feira, 20 de julho de 2011

DROPS - Pérolas

Duas pérolas hoje. Pra variar, colhidas em minha caminhada diária com meu cachorro. (Eu já escrevi sobre isso aqui: quer material pra escrever, sai na rua.

Duas senhoras que pela aparência já haviam deixado o adjetivo balzaqueanas há muito no passado, emparelharam no meu passeio por uns 300 metros, e como conversassem em voz alta, fui testemunha do objeto da prosa animada das carolas. "Decoro na igreja".

- ...porque o Pastor Edivaldo não fala nada, mas ele é muito mole mesmo! Porque Deus não tem nada contra usar calça comprida, só não quer que use aquele tipo de calça que ela tava usando! Ele prefere mais solta, assim, sem marcar...

Tive que morder o lábio pra não me manifestar. Que vontade de perguntar: "olha, já que a senhora é tão íntima aí da Divindade, sabe se tem alguma marca, assim, que ele goste mais? Sim, porque eu vou viajar, e vai que eu compro uma Diesel, uma Levis, e o Todo-Poderoso me gonga, vai ser O mico, né? Me diz, a senhora sabe se vai ter alguma coleção Primavera-Verão abençoada esse ano?"

Eu sei que é feio ficar ouvindo, mas eu tinha que acompanhar o papo das duas. Não deu nem 20 metros e a mesma amiga íntima do Criador, agora em outro assunto, me manda a segunda:

- ... minha filha (pausa pra questão metafísica: porque essa forma de tratamento vira e mexe aparece, mesmo se as idades são iguais? Pior: sempre que eu ouço um "minha filha..." nesse contexto, eu mentalmente imagino um "da puta". Mas não é? É!), sempre que alguma coisa muito ruim acontece em casa, tem uma pessoa boa pra consertar! Deus faz isso, pra você é uma oportunidade, você tem que dar graças por ser essa pessoa... Essa é a sua função na sua casa...

Como assim função? A função dela naquela casa é se foder? Que bosta, meu! Eu ia ficar muito puto se descobrisse que minha função divina na Terra era limpar cagada do resto da família! Até imaginei o Anjo vindo em sonho pra coitada:

"Edileuma (nominho fiadaputa, heim?), eu sou o anjo da Anunciação! Vim te trazer uma mensagem do Big Boss: pára de sonhar que vai trabalhar em multinacional de secretária bilíngüe, que teu destino aqui é limpar a bunda do teu pai bêbado e juntar uns trocados anualmente pra tirar algum irmão do xilindró!"

Continuei o passeio com o dog, eventualmente me apartando das senhoras da Liga Cristã. Muito grato por não ter a menor idéia da minha função nesse mundinho, nem sequer desconfiar se Deus gosta de All Star ou de sapato fechado, podendo apenas viver meu quinhão de anarquia, sem conhecimentos absolutos.

Mas dou desconto. A tiazinha que quase não falava, a que só meneava a cabeça concordando, a fodida por vocação e destino, em determinado momento que iam atravessar a rua olhou a bunda de um rapagão que também esperava o semáforo, sem que a outra percebesse.
Eu vi.

Afinal, quem sabe nem tudo está perdido.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

DROPS - FRIO!


Preciso publicamente fazer uma retratação! Ainda há pouco estava reclamando com o David Blaser do pífio aquecedor FAME de 1500W que comprei, pela bagatela de 70 reais, e não esquenta nada!

Mea culpa, mea máxima culpa, O aquecedor esquenta, sim! Eu medi a área de calor irradiado, que chega à monumental distância de 45 cm de raio, o que significa que o problema não é o aquecedor, SOU EU!

Assim, se eu ficar deitado colado ao aparelho, e em posição fetal, fetal mesmo, saca, dentro da bolsa materna ainda, lambendo o joelho, essa, eu fico com o corpo todo na zona de calor!

E agora eu pergunto, TÔ RECLAMANDO DE QUE, né?

É como a funcionária da assistência técnica do modem que eu comprei há menos de um mês e já pifou me explicou, não é o alcance que é ridículo, minha casa é que tem muita parede! Depois, usar laptop no quarto pra que?


Ela não gostou muito da resposta "pra baixar os filminhos de sacanagem que a tua mãe põe na internet", mas ela pediu...



Ahhhh... quentinho!



segunda-feira, 30 de maio de 2011

Drops - Olfatices.

Estava eu inda agorinha passeando com o Lukevaldo, meu simpático cãozinho, e pensava quanto tempo não escrevia. Pombas, pra mais de mês! Bateu aquela vontade de sentar e mandar ver na crônica, na nota engraçada, um poema qualquer. Um, como eu chamo, Drops!

(pra quem está lendo pela primeira vez, chamo de Drops quando o texto é curto, quase uma twittada...)

Mas passa que eu fiquei o dia inteiro em casa, frio de rachar aqui em Sampa, só eu e o Facebook, de modo que sentia o pensamento embotado e a criatividade escondida embaixo de alguns edredons. Inspiração nenhuma, mas é como eu sempre digo: quer achar o que escrever, sai pra rua! Tiro e queda! Ainda mais aqui no centro! Foi pensar em escrever, aguçar o radar e pronto! Saquei o tema do post de hoje!
Aliás, o tema me bateu de frente! Se bem que o termo certo seria "o termo ficou impregnado em mim"!
Como dizia no início do texto, estávamos voltando, Luke e eu, pro nosso apê, e no elevador tive o prazer de ter a companhia do meu vizinho do andar de baixo. Zeus, como eu queria que eu tivesse me atrasado um minutinho! Um cocozinho a mais do dog, uma parada de xixi, e eu ia sozinho no elevador. Mas não, claro que não, desde quando? Eu tinha que subir junto com o figura...
É até um cara simpático, não tenho quase nada contra, mas, não é possível, esse homem sempre toma um banho de perfume, loção, desodorante, alguma coisa ele faz! Pra que exagerar daquele jeito. Eu imagino o futum que o cara não deve ter pra colocar tanto perfume tentando encobrir!
E ele deve imaginar que eu tenho algum problema, tique nervoso sério, porque sempre que estou com ele no elevador fico com o rosto contorcido, num esgar, todo torto. Eu tento segurar, mas não rola: cada respirada é uma careta! Bom dia - boca pro lado - tudo bem - nariz franzido - frio heim? - aperto o olho - sorte que o elevador é rápido...
Eu acho que o cara tem o olfato adulterado, ou nem tem olfato, não sente que está empesteando todo o ambiente?

Um dia eu vou soltar O PEIDO no elevador com ele dentro, e ficar só olhando a reação do sujeito! Tenho quase certeza que vai continuar de boa, nem aí pra nada...

...


sábado, 26 de março de 2011

DROPS - Tempo

Manhã boa de sábado, sol gostoso, ainda cedo, antes das nove. Nem um calorão, nem promessa de frio.
Típica manhã de outono paulistano.
Sigo pro café da manhã na padoca amiga, de coador, sim, por favor, com os dois pãezinhos na chapa, de lei.
Meu chapéu de manhã de sábado na cabeça, meu chinelo de qualquer manhã nos pés, o reflexo no espelho da padoca mostra um cara bem convidativo à um papo alegre de começo de dia. Eu acho.
A senhorinha septuagenária senta ao meu lado, e logo estamos conversando como se há muito amigos, recordando o tempo do guaraná de rolha (ela, viciada em refrigerante, à revelia das ordens médicas, me confidencia), e concordando que Tubaína é bom, mas desjejum é Guaraná Antártica, menos óbvio ao paladar. Com pão de queijo. Quem contesta?
E inicia um "causo" pra ilustrar, uma modelo que foi no Jô ("você assiste o Jô, meu filho? Não? Ah, não perco um! Na minha idade, só o Jô me levapra cama!" - velhinha fogueta, né?) e declarou que adora guaraná, melhor que coca, melhor que tudo.

A vózinha leva quase 15 minutos só pra contar a história da tal modelo (ela lembrou o nome da fulana... eu, nem por sombra... sou péssimo com nomes...), tenho que pedir outra média só pra terminar o papo. Então me despeço e volto pro apê, muito o que fazer, daqui a pouco tem teatro e nem saí com o Luke!

Percebo que estou correndo. Como assim, com pressa nessa manhã de sábado com passarinho cantando? Penso na senhorinha, que ainda está lá no balcão, provavelmente agora contando mais uma das suas histórias pra algum outro freguês, sem essa pressa minha, parando o causo pra ouvir o passarinho ou lembrar de outro causo que entremeia a história, sei lá!

Pra que tanta pressa? Antigamente eu tinha um modem de 33Kbps e achava o máximo! Hoje, minha conexão de 3Mb me parece tão lenta, morosa!
Até meu coração parece que bate mais apressado! Pra que?
Vem Luke, vamos passear. Daqui a pouco teatro. Mas meu pensamento, hoje, é pra Dona Anselma, lá na padoca.

Quem sabe o coração sossega um pouco.

terça-feira, 22 de março de 2011

Tempo é relativo.

Puta que pariu!

Meu último post foi em 27 de novembro. Se eu continuar com a produção nesse ritmo desenfreado, acabo lançando meu livro tão almejado antes de 2040, sem dúvida!
Pior que, no último texto, prometia (ao leitor, à mim mesmo, sei lá) dentro de uma semana outro texto.
Não rolou.
(ok, percebe-se)

Fato é que minha mãe, pra quem não sabe, morreu. E, mesmo já tendo declarado que o que me move a escrever são as tristezas ou as alegrias do dia-a-dia, grandes tragédias meio que paralisam meu cérebro e não tem verve poético-literária que sobreviva sem traumas ao "tornar-se órfão".
Tenho amigos que usam das letras para expressar todo o pesar que sentem, e escrevem grandes textos sobre o desespero, a dor, traições, etc.

Eu como chocolate.
Em outras palavras, se algum dia for repórter, eu estou pra lá de fodido caso me caia no colo uma cobertura de terremoto, maremoto, grande incêndio, algo do gênero. Enquanto os colegas estiverem deslanchando em suas carreiras com furos de reportagem, eu vou estar devorando barras da Nestlé e apontando desolado pra terra se abrindo!

Ok.
Quem me conhece sabe que não é bem assim. Eu exagero na descrição. Os anos de arte marcial me prepararam pra reagir, mesmo que de forma um tanto errada, em qualquer situação.

Mas esses 4kg a mais na área da cintura demandam que eu volte ao exercício urgentemente. Meus músculos, sei que estão ainda aqui em algum lugar, só falta achar aonde os fdp se esconderam!

E sinto no cérebro o mesmo tanto de peso em idéias acumuladas, represadas, em situação de letargia, uma banha intelectual esperando pra ser torrada aqui no blog.

Mãos à obra.