segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Cirurgia - parte 4

Como eu dizia...

Meu xará, Dr. Fábio, manja pra cacete. Escreveu um belo relatório sobre minha hérnia, só faltou fornecer o CPF da danada. Fiz tudo quanto é exame de sangue, em outro laboratório, claro, que não tava a fim de servir de almofada de agulha de novo. Tudo certinho, o pessoal do trampo avisado, tô pronto pra faca...

48 horas antes da cirurgia...

O hospital me liga, meu convênio negou a internação, afinal, não tinha a ultrassonografia da região inguinal. Faltava a ultrassonografia! POR QUE EU NÃO ENVIEI A ULTRASSONOGRAFIA?
Bem, o motivo de eu não ter enviado é bem simples. VOCÊ NÃO FAZ ULTRASSOM PRA DESCOBRIR HÉRNIA INGUINAL! Meu próprio médico que faz o exame periódico do trampo confirmou, o procedimento é clínico, é a tal "dedada no saco" que eu descrevi mesmo. Caput. Cabô. Thats it!

E toca adiar de novo a operação. Ê lerê. Nessa meu grau de emputecimento (e o do médico) já tava na estratosfera. Mas convênio pediu, convênio terá! Ultrassonografia, aí vou eu!

No dia marcado fui pra clínica. Não sabia bem o que me aguardava, fui meio desconfiado. Coloquei uma cueca nova, vai saber se tem enfermeira gostosa, né? Perfuminho, só não passei talco no pimpolho pra não parecer aviadado.
Na recepção, quando a atendente lê que é ultrassom da região inguinal, rola um sorrisinho disfarçado. Ou será minha imaginação? Vou pra salinha, entra uma enfermeira. Zeus, valeu! Tesãozinho, baixinha, bunduda, carinha de anjo. pede pra eu deitar na maca. Coloca uma toalha sobre mim, eu ainda de roupa, e fala pra eu esperar ela sair e baixar a calça e a cueca e cobrir com a toalha. Pensei, "pra que sair, babe? Não seja tímida, fica aqui...", mas ela saiu e eu fiz o que ela mandou. E fiquei esperando. Enquanto esperava, pensei naquela gracinha voltando, passando o gel, perguntando se tava geladinho... hummmm...
Pensando agora, por que eu sou tão imbecil, gente? Claro que nessas, o bicho ia dar sinal de vida. Lógico que ia ficar aquela elevação inequívoca na toalha.
E, mais evidente ainda, que quem ia voltar pra sala não era a delicia da mina, era o médico gay cinquentão que brilhou os olhos quando entrou e sorriu de orelha à orelha. Eu não sabia nem o que falar. ele deu uma risadinha, "isso acontece, é normal..." Normal pra QUEM, cara pálida? Só se for na sauna que você frequenta!
Bom, fiz o tal exame, mandei tudo pro convênio.

E rezei...

Dias depois, a confirmação da cirurgia autorizada!

Agora, não tinha mais como escapar...

CONTINUA...


"Eu falo 33, doutor?"
"Não, fala EU TE AMO..."

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