quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Magrela

hehe

Fiz a compra tem bem uns 15 dias. Pela internet.
Não é bem o tipo de coisa que se compra pela internet. Eu, pelo menos, não costumo.
DVDs, livros, eletrônicos, vá lá, nem tem tanto o que escolher. Ou o que errar. O mesmo DVD que eu vi na loja e tava sem grana na hora, vai ser o que vão me entregar se eu comprar pelo site.
Fora que eu já tinha comprado um tempo atrás no site dessa EMBARCAÇÃO SUBMERGÍVEL, e foi uma experiência péssima. Na época, era um computador. De uma marca brasileira, feito em Manaus.
Era uma firma nova, micros populares. Com um nome tão OTIMISTA, o que poderia dar errado?
(Perdão, leitor, mas parece que este post vai exigir um pouco de dedução, que eu não vou colocar o nome das marcas. Pode me chamar de cagão, sim. Mesmo porque, como foi tudo resolvido, a contento, melhor deixar quieto... e eles ainda tem o meu endereço...)
Deu errado.
Me mandaram um micro sem fonte de alimentação. Melhor, a fonte estava lá, mas o cabo não estava ligado na placa mãe. Eu costumava fazer manutenção em computadores, então peguei uma lanterninha e olhando pelos buracos na lateral, dava pra ver o cabo solto. Mas tem aquele lance do lacre, se você abre o treco, perde toda a garantia. Devolvi pro site, esperei, veio outro. Também com a fonte desconectada, mesmíssima coisa. Chequei o número de série, pra ver se não tinham mandado o mesmo de volta. Era diferente. Fala sério! Liguei pro Sub... digo, pro site, espinafrando os caras!
Pedindo o dinheiro de volta. A garota do atendimento ainda tentou perguntar se eu não queria trocar por outro. Confesso que minha resposta não foi educada, e ainda bem que ela foi profissional o bastante pra não desligar nem rebater minha sujestão de cunho sexual com alguma referência aos orifícios da minha mãe. Desculpas pedidas, ânimos acalmados, mandei o micro de volta e peguei o dinheiro. Isso anos atrás...

Por essas e outras que eu estava meio com o pé atrás de comprar minha bike pela internet. Mas tinha tantas fotos, de tudo quanto é ângulo, e tava tão linda no site, que eu não resisti.
Mandei ver!
Claro que esperava o melhor, mas me preparava também para o pior, ou seja, mantive o espírito pronto pra encarar uma bike sem roda, faltando marcha, algo do gênero. Visto o caso do micro, provavelmente iam me mandar sem o selim e eu ainda ia ter que ver a cara do entregador olhando pra mim e pro cano, segurando o risinho de deboche...
Graças a Zeus, dessa vez foi tudo nos conformes.
Os caras demoraram um pouco pra entregar, mas a semana passada foi tão turbulenta que eu nem notei o atraso. Na verdade, minha cabeça nem lembrava que tinha comprado uma magrela. Era pra ter sido entregue na segunda, ou terça, e me trouxeram a bichinha na quinta. Mas tava inteira. Só tive que encher os pneus e sair pedalando!

Uma coisa me espanta, sempre. Como é que uma vez que a gente aprende a andar de bike, nunca se esquece? Sem brincadeira, as últimas pedaladas que eu dei remontam o final do meu casamento, 5 distantes anos no passado. Achei que ia me esborrachar, mas fui que fui pelas ruas de Higienópolis! UAU!

Um único porém: Quem inventou que selim de bicicleta tem que ser aquela coisinha fininha, meu amigo? E dura! Alguém que não morava em uma cidade esburacada feito Sampa, só pode! Tá certo que eu não acho que as nossas bolas do saco, camaradas homens, são as coisas mais lindas da Criação, mas não precisa destruir as coitadinhas na porrada! E as pobres perseguidas da mulherada? Depois elas regulam falando que tão detonadas, a gente nem tem o que reclamar!

Assim que sair o pagamento já decidi: troco o selim por outro de silicone extra-soft e compro um capacete. Serei um ciclista consciente, com extremidades protegidas!

Se bem que, dependendo do custo, o capacete fica pra novembro.
Afinal, cada um protege o que lhe é mais caro, né?

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Uma boa alma...

Putz...

Deleite, encantamento, questinamentos, incômodo...
O teatro fala (deve falar) à alma. O que dizer de "A alma boa de Set-Suan"?

Informações gerais, pra começar?

A peça está em cartaz no TUCA, de sexta à domingo. Domingo às 19:00 hs, os outros dias começa 21:30hs. Segue em cartaz até 04 de novembro (eles estenderam a temporada, a DENISE FRAGA, que é a protagonista, no fim do espetáculo deste domingo informou que o fim de semana último ia ser o encerramento, mas a peça estava sendo tão bem recebida que iam prosseguir com a montagem mais dois meses. Ela pareceu bem emocionada, com aquele jeitinho doce que ela tem, e nós, aqui da platéia, ficamos todos contagiados...).


Além da Denise, a peça conta com um elenco fantástico, difícil apontar um ou outro ator que se sobressaia. Eu vou puxar a sardinha pro Ary França e o Maurício Marques, que roubam a cena quando estão no palco!


Os cenários são fantásticos, figurinos, direção... rasgando a seda mesmo, porque tá tudo muito legal!

E o enredo?

O texto é uma adaptação do texto de Bertolt Brecht, e a ação se passa em um vilarejo da China. Onde no original temos 3 Deuses, na montagem do Marco Antônio Braz, o Ary encarna uma Santíssima Trindade muito engraçada, composta por "Ele, tudo que O cerca e uma pomba que parece uma gralha e você provavelmente conhece como Espírito Santo" (nas palavras Dele). Essa Trindade chega à Set-Suan no meio da noite, à procura de pousada, e em busca de uma alma que seja boa, e assim preserve sua fé na humanidade. Após diversas tentativas com os moradores locais, encontram a prostituta Chen Tê (Denise),que lhes dá o abrigo. Como pagamento lhe fornecem uma soma em dinheiro que irá propiciar que a jovem saia da vida que leva e possa seguir em busca de seus sonhos. É justamente sobre o que acontecerá com a vida de Chen Tê de posse desta quantia que se trata a peça. Brecht questiona os valores humanos, a possibilidade de permanecer um ser essencialmente bom em meio ao mundo contraditório que nos cerca. A peça foi escrita no exílio, em 1941, mas continua mais atual que nunca.

O humor permeia todo o texto, e vale a pena conferir e refletir, como nos pedem os atores ao fim do espetáculo, se há realmente uma resposta para a dualidade humana.



Como nos diz a própria Chen, tem de haver.

sábado, 26 de setembro de 2009

Cirurgia - Parte final

Post curto, pq eu não aguento mais falar da cirurgia, e ninguém aguenta mais ler.

Pior só os 36 e-mails do meu camarada Orlando sobre o pré-sal...

Antes de mais nada, deixar claro que o processo foi demorado, demorei entre identificar as hérnias e a operação mais de dois anos (três, na verdade...).
Confesso que todas essas peripécias do convênio ajudaram, mas eu estava mesmo era com um puuuuuuta cagaço... hehehe

Meus amigos fizeram uma chantagem básica pra que eu finalmente fosse pra faca, e o Dr. Fábio me convenceu ao explicar o novo método de cirurgia por vídeo-laparoscopia.
Segundo ele, a recuperação seria em 10 dias, 15... em menos de um mês eu estaria treinando meu Kung Fu again...
Bom, ele me enganou.
Foi por uma boa causa... quando fui tirar os pontos e perguntei pq ainda doía tanto, depois de quase dez dias, ele me olhou e perguntou: "se eu falasse a verdade, você não ia dar um jeito de adiar de novo a cirurgia?"
Filhadaputa!

Ok.
Eu ia...

Tem mais uns causos engraçados, tipo meu colega de quarto gay no hospital, que ia fazer cirurgia de fimose e queria algumas palavras de conforto (o que?!?!), ou eu ainda sob efeito da anestesia querendo arrancar tudo e sair na marra do quarto (o Dr. Fabio disse que isso é normal, outros pacientes também dão dessa... ele só frisou que eu sou o primeiro que é professor de kung Fu... hehehe...), mas deixa quieto, que o assunto já se estendeu demais...

Só agradecer a todos,

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Cirurgia - parte 4

Como eu dizia...

Meu xará, Dr. Fábio, manja pra cacete. Escreveu um belo relatório sobre minha hérnia, só faltou fornecer o CPF da danada. Fiz tudo quanto é exame de sangue, em outro laboratório, claro, que não tava a fim de servir de almofada de agulha de novo. Tudo certinho, o pessoal do trampo avisado, tô pronto pra faca...

48 horas antes da cirurgia...

O hospital me liga, meu convênio negou a internação, afinal, não tinha a ultrassonografia da região inguinal. Faltava a ultrassonografia! POR QUE EU NÃO ENVIEI A ULTRASSONOGRAFIA?
Bem, o motivo de eu não ter enviado é bem simples. VOCÊ NÃO FAZ ULTRASSOM PRA DESCOBRIR HÉRNIA INGUINAL! Meu próprio médico que faz o exame periódico do trampo confirmou, o procedimento é clínico, é a tal "dedada no saco" que eu descrevi mesmo. Caput. Cabô. Thats it!

E toca adiar de novo a operação. Ê lerê. Nessa meu grau de emputecimento (e o do médico) já tava na estratosfera. Mas convênio pediu, convênio terá! Ultrassonografia, aí vou eu!

No dia marcado fui pra clínica. Não sabia bem o que me aguardava, fui meio desconfiado. Coloquei uma cueca nova, vai saber se tem enfermeira gostosa, né? Perfuminho, só não passei talco no pimpolho pra não parecer aviadado.
Na recepção, quando a atendente lê que é ultrassom da região inguinal, rola um sorrisinho disfarçado. Ou será minha imaginação? Vou pra salinha, entra uma enfermeira. Zeus, valeu! Tesãozinho, baixinha, bunduda, carinha de anjo. pede pra eu deitar na maca. Coloca uma toalha sobre mim, eu ainda de roupa, e fala pra eu esperar ela sair e baixar a calça e a cueca e cobrir com a toalha. Pensei, "pra que sair, babe? Não seja tímida, fica aqui...", mas ela saiu e eu fiz o que ela mandou. E fiquei esperando. Enquanto esperava, pensei naquela gracinha voltando, passando o gel, perguntando se tava geladinho... hummmm...
Pensando agora, por que eu sou tão imbecil, gente? Claro que nessas, o bicho ia dar sinal de vida. Lógico que ia ficar aquela elevação inequívoca na toalha.
E, mais evidente ainda, que quem ia voltar pra sala não era a delicia da mina, era o médico gay cinquentão que brilhou os olhos quando entrou e sorriu de orelha à orelha. Eu não sabia nem o que falar. ele deu uma risadinha, "isso acontece, é normal..." Normal pra QUEM, cara pálida? Só se for na sauna que você frequenta!
Bom, fiz o tal exame, mandei tudo pro convênio.

E rezei...

Dias depois, a confirmação da cirurgia autorizada!

Agora, não tinha mais como escapar...

CONTINUA...


"Eu falo 33, doutor?"
"Não, fala EU TE AMO..."